PMBOK é um guia com um conjunto de práticas de gestão de projetos, que possui o objetivo padronizar todo o conhecimento de projetos.

PMBOK: História e Evolução

Por mais que este blog tenha sido criado para falar sobre Agilidade, devemos nos lembrar que Gestão de Projetos é fundamental para a sobrevivência de uma organização, portanto resolvi trazer um tema um tanto inusitado: o PMBOK.

Sei que alguns de vocês devem estar pensando:

PMBOK? Você está louco? Este guia é totalmente desatualizado e complexo demais para a gestão de projetos ágeis!

Bom, talvez você esteja certo. Mas, deixa eu te contar um segredo, desde 2017 este guia está implementando práticas ágeis como práticas necessárias para os conhecimentos de um gerente de projetos e não apenas isto, na edição atual praticamente remodelou todo o guia ao retirar suas áreas de conhecimento e deixar ele mais enxuto e ágil.

Por conta dessas mudanças eu resolvi trazer um pouco da história deste famoso guia e das suas polêmicas edições, assim como os motivos pelo qual ele deve existir e os benefícios que você terá ao estudá-lo.

O que é o PMBOK e como surgiu?

O PMBOK ou Project Management Body of Knowledge (Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos) é um guia com um conjunto de práticas e ferramentas de gestão de projetos, que possui o objetivo de identificar e padronizar todo o conhecimento necessário para um gerente de projetos.

Sua revisão e publicação é realizada regularmente pelo PMI (Project Management Institute), organização no qual vem sendo responsável pelo guia desde a sua primeira edição em 1996.

Com o PMBOK percebemos que existe uma certa linguagem padronizada para a profissão de projetos, sendo algo muito importante e de referência eficiente para todos aqueles que possuem interesse em trabalhar com gestão de projetos.

Por mais que o guia identifique os principais aspectos contidos durante a execução de um projeto, não devemos confundi-lo como uma metodologia, sua função é apenas a de padronizar e difundir as práticas mais bem sucedidas do mercado, que tenham sido testadas e comprovadas por gerentes de projetos do mundo inteiro.

Quando você ler o PMBOK irá perceber que ele se assemelha à abordagens semelhantes a ISO 9000 e o CMMI. Os seus processos descritos irão se relacionar e interagir conforme os projetos são conduzidos, mesmo assim podemos encontrar algumas características:

  • Entradas (documentos, produtos etc.)
  • Ferramentas e técnicas (que se aplicam às entradas);
  • Saídas (documentos, produtos etc.)

Apesar de ser um guia contendo as principais técnicas e práticas realizadas pelos gerentes de projetos, suas orientações não precisam ser seguidas à risca, pois cada projeto tem características e especificidades diferentes.

O PMI mantém com exclusividade todos os direitos de copyright do PMBOK, sendo proibido qualquer tipo de venda referente ao guia por parte de terceiros não parceiros da organização, todo o trabalho de revisão e publicação das edições que veremos a seguir foi possível graças a dedicação de diversos profissionais voluntários.

Qual o histórico de edições?

Até o momento houveram 7 edições lançadas do PMBOK desde 1996, sendo que é possível perceber diversas evoluções entre elas:

1ª Edição – 1996: Essa edição original foi lançada após a PMI entender que era necessário estruturar um documento para aprimorar a carreira em gestão de projetos, apesar de ser lançada em 1996 a organização estava desde 1981 elaborando procedimentos e conceitos com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de software, documentos no quais deram origem ao PMBOK.

2ª Edição – 2000: Nesta revisão do PMBOK manteve muitas das informações iniciais da primeira edição, mas adicionou dados que refletiam a ascensão do gerente de projetos, agregando conhecimentos e práticas que se mostraram úteis em diversos projetos executados.

3ª Edição – 2004: Após o lançamento da 2ª edição do PMBOK, a PMI recebeu centenas de solicitações para melhorias no documento, sendo necessário organizar um comitê para avaliar as recomendações. A maior parte das mudanças que ocorreram foram referentes a estruturação das práticas aplicáveis a qualquer tipo de projeto, sem qualquer restrição de setor empresarial.

4ª Edição – 2009: A partir desta edição começamos a perceber que muitas das informações que conhecemos hoje foram adicionadas, como algumas atividades: cronograma, orçamento, qualidade, recursos humanos e riscos. Também foi realizado a diferenciação entre o plano de gerenciamento de projetos e os documentos do projeto.

5ª Edição – 2013: Com um documento já estruturado, a PMI passou a buscar mais coerência e clareza na padronização de termos, processos, entradas e saídas. Além de melhorar aspectos de planejamento, ciclo de vida adaptativo e na gestão das partes interessadas.

6ª Edição – 2017: Em 2017 foi feito uma atualização sobre a definição de papéis e competências do gerente de projeto, incluindo também questões referentes ao alinhamento estratégico e a adaptações de processos. Foram mantidas as áreas de conhecimento, mas agora com cerca de 50 processos, além de começar a fazer referência a práticas ágeis.

7ª Edição – 2021: Apesar dos Métodos Ágeis começarem a surgir na 6ª edição, esta nova edição provavelmente seja uma das mais inovadoras, no qual trouxe abordagens ágeis, adaptativas e híbridas. As principais mudanças que ocorreram foram: a retirada dos 5 processos (Iniciação, Planejamento, Monitoramento e Controle e o Encerramento) para dar entrada aos Princípios de Entrega do Projeto, a saída das áreas de conhecimento para a entrada dos Domínios de Desempenho do Projeto.

Está última versão também não apresenta mais exemplos de ferramentas e técnicas de projetos, tudo será criado e disponibilizado em uma plataforma interativa chamada PMIstandarts+™.

Por que você deve estudar o PMBOK?

Existem diversos motivos pelo qual você deve estudar neste momento o PMBOK, principalmente a sua edição mais recente, alguns destes motivos eu irei te apresentar agora mesmo:

  • Apresenta como você pode melhorar a comunicação entre as partes envolvidas em um projeto.
  • Ensina técnicas e padronizações para o controle e otimização de riscos.
  • Todas as práticas e técnicas descritas foram padronizadas da forma mais simples possível.
  • Ensina como você pode controlar e monitorar o escopo do seu projeto.
  • Apresenta modelos de como você pode reportar o andamento do seu projeto.
  • Possui técnicas e ferramentas que você pode utilizar para prever as entregas.
  • É um guia universal e não existe nenhuma diferenciação de mercado, logo pode ser utilizado em qualquer organização.
  • É constantemente atualizado com base em experiências reais de mercado.
  • Todas as suas práticas e técnicas apresentadas foram testadas e validas por profissionais da área.
  • E você não precisa seguir todos os processos, pode adaptá-los e implementá-los aos poucos.

Como você pode perceber, não passa de um mito aquele assunto que o PMBOK é um guia totalmente desatualizado e defasado em comparação com os métodos ágeis atuais.

É claro que ele está em constante evolução e no passado houve certas insistências em não adotar práticas ágeis dentro do guia, mas vejo com bons olhos o cenário atual e vejo que cada vez mais o PMI tende a ir pelo lado ágil, eu não ficarei surpreso se a 8ª edição ser um guia totalmente ágil e deixar práticas tradicionais de lado.

O mundo está mudando e os responsáveis pelo PMBOK já perceberam isso.

E aí, você já leu alguma das versões do guia? Me conta aqui nos comentários 😉

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PMBOK é um guia com um conjunto de práticas de gestão de projetos, que possui o objetivo padronizar todo o conhecimento de projetos.

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