A criação de fluxo de valor talvez seja um dos princípios mais importantes do Lean Manufacturing, portanto venho apresentar o Value Stream Mapping, uma forma de você desenhar e analisar o fluxo do seu produto.

Mas… você sabe o que é fluxo de valor?

Fluxo de valor nada mais é que toda a ação que agregue valor ou não, necessária para produzir um produto desde a extração da matéria-prima até o consumidor final.

Resumindo, um fluxo de valor consiste de uma sequência de etapas que são realizadas a fim de fornecer um produto ou serviço no qual seus clientes precisam.

A seguir vou apresentar o que é o Value Stream Mapping, quais etapas seguir para criar um e quais os benefícios ele irá trazer ao implanta-lo na sua organização.

O que é Value Stream Mapping?

Value Stream Mapping ou Mapeamento do Fluxo de Valor é uma ferramenta muito utilizada na filosofia do Lean Manufacturing que tem por objetivo analisar todos os estados de um produto ou serviço desde o início do seu processo produtivo até chegar ao cliente.

Nada mais é que um método de fluxograma para ilustrar, analisar e melhorar o passo a passo para entregar um produto ou serviço.

Sua utilização ajuda a melhorar a visualização dos fluxos de trabalho, além de ser possível encontrar informações, métricas, tempo de execução (leadtime), os responsáveis e metas de cada uma das etapas dos processos.

Ainda será possível identificar e remover ou reduzir os desperdícios que foram encontrados durante a criação do mapa do estado atual, visando o aumento da eficiência em determinado fluxo e até mesmo no aumento de produtividade.

Assim como no BPMN e em outros tipos de fluxogramas, o Value Stream Mapping utiliza um sistema de símbolos próprios para representar as atividades de trabalho e os fluxos específicos de informação, assim como na imagem abaixo:

Você pode perceber que o VSM irá ajudar muitas equipes por meio da produção transparente de um processo, capaz de realmente criar valor para os clientes por meio da eliminação do desperdício.

Como fazer um VSM em 4 Etapas?

1ª Etapa – Preparação e Identificação de Produtos: Nesta primeira etapa é necessário identificar o time que irá realizar o mapeamento e qual será o produto ou serviço que será mapeado.

Quando estiver estes pontos lembre-se de definir os processos que serão incluídos ou não, qual será a delimitação do escopo e até mesmo onde o mapa vai começar e terminar.

2ª Etapa – Desenhe o Mapa do Estado Atual: Está etapa talvez seja a mais importante de todas, desenhar o estado atual do objeto de mapeamento, seja ele um produto ou serviço.

O mapa do estado atual pode identificar elementos como as necessidades dos clientes, processos principais e secundários, sistemas de priorização de cada processo, envolvidos, custos, lead time e outras medidas que o time considerar relevantes.

3ª Etapa – Desenhe o Mapa do Estado Futuro: Nesta terceira etapa o time irá avaliar o estado atual e redesenha-lo para o estado desejado e viável.

Algumas perguntas devem ser respondidas durante está etapa:

• O que o cliente realmente quer?
• Quais passos criam valor para o cliente?
• Como criar um fluxo sem interrupções?
• O que fazer para controlar as interrupções?
• Como medir se a performance está aderente as necessidades do cliente?

4ª Etapa – Planejamento e Implementação: Na última etapa será a hora de criar o plano de ação de como será a implantação do estado futuro que foi elaborado na etapa anterior.

Durante o planejamento será priorizado ações focadas na melhoria de aspectos significativos no estado atual e serão implementadas através de testes de hipóteses.

Mesmo sendo a última etapa, o planejamento e implementação não encerram o Value Stream Mapping, novas oportunidades deverão surgir e o ciclo recomeçar novamente.

Quais benefícios teremos após a aplicação?

Como qualquer outra das diversas ferramentas do Lean, teremos vários benefícios que poderão ser facilmente encontrados:

• Identificação e redução de desperdícios nos processos.
• Identificação dos processos mais significativos da organização.
• Utilização de Sistemas de Indicadores de Desempenho.
• Produção máxima de valor para os clientes.
• Incentivo a cultura de melhoria contínua.
• Valor agregado ao negócio e a cultura organizacional.

Já sabemos que utilizar uma ferramenta como está é muito complicada e leva meses ou anos de prática para ganhar a experiência necessária para aplicar em qualquer setor, negócio ou organização com tranquilidade.

Não é somente com um artigo como este ou um tutorial encontrado no Google que você irá aprender a criar um Value Stream Mapping com sucesso, indico que comece procurando por vídeos no Youtube e colocar em prática o que aprendeu, mesmo que com processos simples.

Mas me diz ai, você já utiliza o Value Stream Mapping na organização em que trabalha atualmente? Me conta aqui nos comentários 😉